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Paquistão

Bandeira do Paquistão

Bandeira do Paquistão

Paquistão

Paquistão

Índia

Jammu e Cachemir

Paquistão - História, Geografia e Cultura

Desmembrado do território indiano dois anos depois de terminada a segunda guerra mundial, o Paquistão nasceu do desejo de autonomia por parte da comunidade muçulmana sempre em choque com os hindus. Contudo, o país continuava a manter, no fim do século XX, divergências ásperas com Nova Delhi sobre as regiões fronteiriças de Jammu e Cachemir.

O Paquistão situa-se no sul da Ásia e tem fronteiras ao norte e noroeste com o Afeganistão, a nordeste com a China, a leste e a sudeste com a Índia, ao sul com o mar de Omã, no oceano Índico, e a oeste com o Irã. Sua superfície, não consideradas as áreas de Cachemir e Jammu, é de 796.095km2.   

Regiões montanhosas de formação recente, do período terciário, contornam o país, desde o norte e oeste até o mar de Omã. Os arcos montanhosos dirigem-se de sudeste para noroeste, nas terras do Beluchistão, a oeste, e dobram-se para leste, ao norte, na região do Karakorum. A área montanhosa do norte, do Cachemir e Jammu, apresenta elevadas cadeias e picos como o K2 ou Godwin Austen (8.611m) e o Nanga Parvat (8.611m). Encontram-se ali extensas geleiras que descem até 2.400m de altitude e, no Karakorum, alcançam setenta quilômetros de extensão. Os vales são profundos e estreitos, cortados pelo alto Indo e afluentes.

As cadeias de noroeste e oeste, entre as quais os montes Salomão, são dobramentos em semicírculo de rochas mesozóicas e do período terciário. Seus picos são cristas calcárias dissecadas pela erosão. As planícies do alto Indo estendem-se entre cem e 500m de altitude, e as do baixo Indo formam a região do Sind, no delta, com o deserto de Thar a leste.

Em todo o Paquistão o clima é do tipo continental, com forte variação de temperaturas. Em determinadas regiões, estas podem alcançar 47º C no verão, embora a média oscile em torno de 35º C. No inverno, os registros mais baixos são os de janeiro, com 4º C. As variações ocorrem não apenas ao longo do ano, mas também podem ser diárias, de até 17º C entre as marcas máxima e mínima.

Em sua maior parte, as terras do país são extremamente áridas, com exceção das situadas ao pé do Himalaia, das planícies do Indo e do planalto de Potwar, onde as precipitaçÍes oscilam em torno de 500mm anuais. As monções, úmidas, determinam o nível máximo de chuvas no final do verão. As precipitações médias anuais vão de 100 a 200mm nas planícies e atingem mais de 750mm nas encostas do Himalaia.

Entre as regiões naturais que compõem o território paquistanês, a mais extensa e economicamente desenvolvida é a da bacia do Indo, rio que atravessa o país de norte a sul, da zona ocidental da cordilheira do Himalaia, onde nasce, até o mar de Omã. Forma uma enorme planície de terras férteis, com mais de 500.000km2, quase dois terços do território nacional. A área é dividida em duas subzonas: ao norte, a província de Punjab, de onde procedem os cinco maiores afluentes do Indo, e ao sul a de Sind, por onde corre o rio do mesmo nome. Em torno da bacia do Indo, dispÍem-se as regiÍes naturais que completam o território do país.

Vale do Indu

Vale do Indu

Nanga Parvat

Nanga Parvat

K2

K2

Deserto de Thar

Fronteira com o deserto de Thar

O clima seco impede um amplo desenvolvimento da vegetação natural, que se reduz, salvo nas encostas de montanhas e nas zonas férteis aproveitadas para a agricultura, a ervas altas, arbustos e algumas árvores isoladas. Apenas 2,5% do país estão cobertos de florestas, algumas criadas pelo homem.

Na área montanhosa do norte são encontrados os ursos negros do Himalaia, ursos pardos, leopardos e grandes cabras siberianas. No delta do Indo, abundam os crocodilos e as serpentes pitões. E em todo o território há chacais, raposas, diversas espécies de répteis e roedores. Os corvos são característicos do Punjab.

A composição étnica do povo paquistanês resultou da mescla dos sucessivos grupos que se estabeleceram no país ao longo dos séculos. A maioria dos imigrantes proveio do noroeste, sendo os mais importantes os árias, gregos, patanes, mongóis e árabes. Em 1947, depois que a Índia e o Paquistão se tornaram independentes do Reino Unido, ocorreu forte movimento de intercâmbio migratório. Milhões de muçulmanos abandonaram a Índia para instalar-se no Paquistão, que passou a ser o maior país de população islâmica do mundo. Por sua vez, os hindus que viviam em seu território tomaram o destino oposto.  

Seis diferentes línguas são faladas no Paquistão, cada uma delas circunscrita, em princípio, a uma região determinada. Essas regiões linguísticas, contudo, vão-se tornando mais difusas em consequência das migrações internas. O urdu é a língua oficial e o idioma culto dos habitantes do Punjab, onde também se fala o punjabi. Em Sind e Karachi fala-se o sindi. O pashto é utilizado pelos patanes da província de Fronteira do Noroeste, enquanto o beluchi e o brahui são os idiomas dos habitantes do Beluchistão. Também é muito usado o inglês, língua oficial até 1973.

A população paquistanesa, que apresenta uma das maiores taxas de crescimento no mundo, concentra-se ao longo da bacia do Indo, onde é alta a densidade demográfica. A capital do país é Islamabad, e as cidades principais são Karachi, Lahore, Faisalabad, Rawalpindi e Quetta.

O Paquistão conta com zonas razoavelmente desenvolvidas, como a da bacia do Indo, e outras muito pobres, como a do Beluchistão ou a da província de Fronteira do Noroeste. O principal problema econômico é a desmedida importância relativa da agricultura, especialmente a produção do algodão. Uma colheita ruim, por dificuldades naturais, ou uma baixa de preços no mercado internacional afeta vitalmente a economia do país. Na tentativa de superar o problema, têm sido constantes os esforços para diversificar a produção, sobretudo no setor industrial.

Cerca de metade da população ativa dedica-se à agricultura e à pesca. Após a independência, o governo empreendeu reformas para melhorar a produção agrícola. Em primeiro lugar, procurou fazer com que cada proprietário não possuísse mais terras do que as que pudesse cultivar, nem menos que o necessário para o trabalho ser rentável. Em segundo lugar, modernizou as técnicas agrícolas, sobretudo com a construção de represas e canais de irrigação, controle da salinidade das águas, uso de maquinaria e fertilizantes. Os produtos principais são cana-de-açúcar, trigo, arroz, algodão, milho e fumo. Também é importante a criação de gado, sobretudo nas regiões pouco férteis, como o Beluchistão.

Beluquistão

Beluchistão

No passado o Paquistão se dedicou à produção de matérias-primas para indústrias situadas na Índia, mas depois da independência o governo paquistanês promoveu a criação de uma indústria própria, capaz de absorver tal produção e processá-la, tanto para o consumo interno quanto para exportação. A partir de então, a indústria diversificou-se e teve início a fabricação de produtos químicos, fertilizantes e bens de consumo.

Adquiriram maior expressão as indústrias de aço, cimento, tecidos de algodão e juta, peles e couro, açúcar e papel. Ainda assim, a balança comercial não chegou a equilibrar-se e, na última década do século XX, as importações continuavam pesando mais do que as exportações.

O país conta com jazidas de carvão (de baixa qualidade), cal, dolomita, baritina, feldspato, cromita, bauxita e magnesita. Existem ainda grandes depósitos de gás natural e pequenas quantidades de petróleo.

Tanto por ferrovia quanto por estrada de rodagem, o corredor de comunicação interna mais importante do país é o que liga Karachi a Peshawar, através de Lahore e da região de Rawalpindi-Islamabad. As comunicações aéreas têm como centros principais os aeroportos de Karachi, Peshawar, Lahore e Rawalpindi. Karachi é também o maior porto marítimo do país.

Os restos arqueológicos encontrados na província ocidental de Beluchistão, datados do quarto milênio anterior à era cristã, refletem uma intensa vida pré-histórica no território paquistanês, que foi centro de muitos e variados movimentos populacionais, de invasões e de diferentes culturas. Especialmente importantes são os assentamentos de Mohenjo-daro e Harappa, correspondentes à cultura do Indo no terceiro milênio.

As províncias de Punjab e Sind constituíram os mais importantes pontos de confluência de culturas e civilizações. Depois da invasão dos árias, no segundo milênio, o território foi anexado ao império persa de Dario I, no século V a.C., mas em 325 a.C. Alexandre o Grande arrebatou o poder aos persas nas regiões do Punjab, Sind e Beluchistão. Entre os séculos I e II da era cristã, os sacas criaram um próspero reino no norte. Posteriormente, o território foi invadido pelos hunos.

Os árabes entraram no país pelo Beluchistão, no início do século VIII. O islamismo se propagou pelo país, enquanto os militares e governantes muçulmanos impunham seu poder sobre diversas zonas de maioria hindu, até que, no século XVI, o império mogol unificou toda a região. No século XVIII, com a decadência da dinastia mogol, a seita religiosa dos sikhs passou a controlar o Punjab, e as dinastias Talhora (1700-1782) e Talpur Baluch (1782-1843) dominaram a região de Sind.

Ao longo do século XIX, o domínio colonial britânico foi-se estendendo pelo país. Em 1843 a dinastia de Talpur Baluch perdeu as terras de Sind para os brit‚nicos e, à exceção de Khaipur, toda a província foi anexada. Também o estado de Cachemir, criado em 1846, foi tomado pelos britânicos. Três anos depois, as forças coloniais ocuparam o Punjab e a região fronteiriça do noroeste. Em 1879, pelo Tratado de Gandamak, com o Afeganistão, o território formou a província brit‚nica do Beluchistão.

Durante a dominação colonial, a minoria muçulmana, que exercera o poder por cinco séculos antes da chegada dos britanicos e temia os propósitos da hostil maioria hindu, procurou proteger seus interesses. Em 1906 foi criada a Liga Muçulmana Pan-Indiana, voltada para a proteção da autonomia cultural e política da comunidade islâmica. Quando o governo britânico manifestou a intenção de conceder gradualmente à Índia um sistema de autonomia política, os muçulmanos de todo o Hindustão se negaram a ficar submetidos aos hindus. Em 1940, o líder nacionalista muçulmano Mohamed Ali Jinnah formulou, com base nas idéias do poeta Mohamed Iqbal, o pedido para constituir um estado islâmico isolado.

Embora alguns grupos muçulmanos e líderes hindus como Gandhi e Jawaharlal Nehru se opusessem ao desmembramento da Índia, os violentos conflitos religiosos iniciados em 1946 tornaram impossível a manutenção da unidade. Em 18 de julho de 1947, o Reino Unido aprovou a lei de independência do Paquistão, como domínio da Comunidade Britânica de Nações.

Antes da declaração oficial de independência, em 15 de agosto de 1947, a guerra civil já se alastrava. Ao terminar, na primavera seguinte, pelo menos 500.000 pessoas tinham morrido de modo violento e outras centenas de milhares morreram de fome ou em consequência de inundações. O novo país tinha Jinnah como governador-geral e Liaquat Ali Khan no cargo de primeiro-ministro. O novo país era formado por duas regiões distintas, a Oriental e a Ocidental, separadas por mais de 1.600 quilômetros de território indiano. Seus habitantes diferiam bastante nos aspectos racial, cultural e até linguístico (os ocidentais falavam o urdu; os orientais, o bengali). As províncias de Sind, Beluchistão e Fronteira do Noroeste incorporaram-se integralmente ao Paquistão; Punjab e Bengala dividiram-se entre Índia e Paquistão; e esses dois países passaram a disputar duramente Cachemir e Jammu.

Em 1948, após a morte de Jinnah, iniciaram-se conflitos entre os dirigentes paquistaneses, devido a divergências quanto ao futuro político do país. Para uns, o Paquistão deveria adotar um moderno regime democrático; para outros, deveria ser governado na pura tradição islâmica. Dois anos mais tarde Liaquat Ali Khan foi assassinado por fanáticos que lhe criticavam a moderação com relação à Índia, e o episódio marcou o início de um processo de declínio político.

Restos arqueológicos de Mohenjo-daro

Restos arqueológicos de Mohenjo-daro

Paquistão

Açoitamento público - Paquistão

Paquistão

Agricultor - Paquistão

A constituição de 1956 declarou o Paquistão uma república islâmica. Nesse mesmo ano, as disputas entre Paquistão e Índia pela anexação de Jammu e Cachemir desembocaram em guerra entre os dois países e em 1971 irrompeu uma guerra civil por causa da tentativa do Paquistão Oriental (na zona de Bengala) separar-se do Paquistão Ocidental, mais poderoso. O xeque Mujibur Rahman, líder dos nacionalistas bengalis, foi detido, e seus seguidores proclamaram a independência do Paquistão Oriental, em dezembro de 1971. Após a invasão de diversas áreas do território paquistanês pela Índia, o Paquistão foi obrigado a reconhecer a independência do Paquistão Oriental, que se transformou em chamado Bangladesh (país de Bengala).

A secessão provocou uma crise política no Paquistão. A invasão do Afeganistão pela União Soviética, em 1979, levou o governo paquistanês a reforçar sua organização militar, para o que contou com a ajuda dos Estados Unidos e de países muçulmanos. Nos anos seguintes, o país acolheu milhões de refugiados afegãos.

O estado deu forte apoio aos guerrilheiros muçulmanos que combatiam o regime pró-soviético no Afeganistão. A lei islâmica passou a aplicar-se no mesmo plano que a legislação produzida, no Ocidente, pelo Parlamento.

Em meio a escândalos de corrupção, que sacudiram o país a partir de 1991, agravaram-se os conflitos étnicos e religiosos.

A constituição de 1973, objeto de várias emendas e suspensa em 1977, foi restaurada, com as emendas, em 1985. O Paquistão é uma república federal parlamentarista, membro da Comunidade Britânica de Nações. O poder executivo é exercido pelo presidente, obrigatoriamente muçulmano, assessorado pelo primeiro-ministro. O regime é pluripartidário e o poder legislativo, bicameral: o Senado tem 87 membros, eleitos pelas assembléias provinciais, e a Assembléia Nacional, 217 deputados, 207 dos quais eleitos pelo voto direto, e dez representantes das minorias nacionais. O mandato dos senadores é de seis anos e o dos deputados de cinco. Administrativamente, o país é dividido em quatro províncias e um distrito federal.

Praticamente todos os paquistaneses professam a religião muçulmana, e a maioria pertence ao ramo sunita. Também existem grupos xiitas e seitas menores, sobretudo em Karachi e Lahore. Depois da independência, milhões de hindus abandonaram o país e se estabeleceram na Índia. As comunidades hindu, sikh e cristã são reduzidas.

São tradicionais os recitais poéticos no país, onde a manifestação cultural mais importante é a literatura e, em particular, a poesia. A música, a dança e as artes plásticas são menos representadas na cultura da região, embora a pintura e a escultura tenham passado por uma fase de progresso, nas maiores cidades. Os meios de comunicação são controlados pelo governo, e o cinema é uma das diversões preferidas, com a maior parte dos filmes falados em urdu.

Fonte: WWW.ENDIV.COM.BR

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